O que é execução penal e como funciona?

Execução penal

Se você se deparou com esse termo, deve estar se perguntando o que é execução penal e como funciona. Afinal, as expressões do meio jurídico podem confundir um pouco e deixar mais perguntas do que respostas.

Pensando nisso, hoje trouxemos muitas informações sobre esse assunto. Assim, você saberá exatamente o que significa o processo de execução penal, como ele acontece, o que vem depois e o que isso significa para o processo. Leia até o final e confira.

O que é execução penal?

A execução penal no Brasil é regida pela Lei núm. 7.210/1984. Ela se refere ao conjunto de procedimentos que visam aplicar as sanções penais definidas pela Justiça após o trânsito em julgado de uma sentença condenatória, ou seja, quando o réu foi condenado, e não há mais possibilidade de recurso.

Assim, o processo de execução começa com a emissão da Guia de Execução Penal e abrange desde a determinação do regime inicial de cumprimento da pena — fechado, semiaberto ou aberto — até a possível progressão para regimes menos rigorosos, baseada em critérios como tempo de pena cumprido e bom comportamento.

Durante a execução penal, são considerados aspectos como a remição de pena por trabalho ou estudo e a assistência material, jurídica, educacional e social ao condenado, visando sua reintegração à sociedade.

O que diz a lei de execução penal?

A Lei de Execução Penal (LEP) do Brasil estabelece as diretrizes para a execução das penas e medidas de segurança. Assim, a LEP determina que todos os direitos não afetados pela sentença ou pela lei devem ser assegurados ao condenado e ao internado, sem distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

A lei também prevê a classificação dos condenados para individualizar a execução penal, baseada em antecedentes e personalidade, e estabelece a Comissão Técnica de Classificação responsável por elaborar o programa individualizador da pena.

Em outras palavras, mesmo que a lei seja a mesma para todos, ela prevê que cada caso seja tratado de forma única, afinal, cada pessoa é única.

Além disso, a LEP especifica as assistências que se deve fornecer, incluindo material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, visando atender às necessidades do condenado e promover sua reintegração.

Como funciona o processo?

Após a condenação definitiva, sem mais recursos, inicia-se a execução penal. Primeiro, avalia-se o condenado para determinar o regime inicial de cumprimento da pena: fechado, semiaberto ou aberto.

No regime fechado, o indivíduo fica em segurança máxima; no semiaberto, ele pode trabalhar ou estudar durante o dia e retornar à prisão à noite; e no aberto, cumpre a pena em liberdade, tendo que realizar algumas determinações obrigatórias.

Quais as etapas da execução penal?

As etapas da execução penal no Brasil são:

  1. Cumprimento da pena: começa com o condenado sendo encaminhado ao estabelecimento prisional adequado ao regime inicial determinado pela sentença;
  2. Regime prisional: ele começa a cumprir a pena no regime estabelecido;
  3. Progressão de regime: após cumprir parte da pena e atender aos requisitos legais, o condenado pode solicitar a mudança para um regime mais brando.

Os requisitos para a progressão incluem bom comportamento, cumprimento de parte da pena e, em alguns casos, avaliação criminológica.

Quanto tempo demora para sair uma execução penal?

A duração de uma execução penal pode variar significativamente, dependendo de vários fatores, como a complexidade do caso e a eficiência do sistema judiciário. Em média, a execução de punições não-privativas de liberdade dura cerca de 1 ano e 9 meses no juízo comum e 2 anos nos juizados especiais.

Para penas privativas de liberdade, a duração média é de 2 anos e 4 meses. É importante notar que esses são apenas tempos médios e o processo individual pode ser mais rápido ou mais lento.

O que vem depois da fase de execução?

Após a fase de execução penal, o processo pode seguir diferentes caminhos, dependendo do caso específico. Por exemplo, se o condenado cumpriu a pena conforme estabelecido, ele pode se reintegrar à sociedade. Isso envolve a remoção de restrições legais e a recuperação de direitos civis, como o direito de votar.

No entanto, em alguns casos pode haver a necessidade de acompanhamento pós-pena, como a liberdade condicional, que exige o cumprimento de certas condições. Por fim, e houver infrações durante a execução, podem ocorrer incidentes de execução, como a regressão de regime ou a imposição de medidas de segurança.

É importante lembrar que contar com um advogado durante todo o processo é essencial. Em especial durante a execução penal para garantir o respeito aos direitos do cidadão.

Leia também: Audiência de custódia: como funciona?

Siga nosso Instagram: @teixeira.alvares.advocacia

Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn